sábado, 11 de julho de 2020

Introdução ao Templo dos Povos e Jonestown

Essa é uma introdução ao que foi o Templo dos Povos e Jonestown. 


- Breve histórico 

O Templo dos Povo começou como uma congregação independente e racialmente integrada em Indianapolis, Indiana, no início dos anos 50. Em 1959, a congregação se filiou à igreja cristã Discípulos de Cristo.


Templo em Indianópolis

Em 1965, cerca de 70 membros da congregação, incluindo famílias brancas e negras, se mudou para Redwood Valley, Califórnia, onde eram conhecidos como os Igreja Cristã Templo dos Povos. 

               
Moradores de Redwood Valey

No final da década de 1960, vários jovens brancos - que haviam “abandonado” a sociedade e se tornado parte da cena da contracultura, ou que foram influenciados pelos direitos civis e movimentos anti-Guerra do Vietnã - foram atraídos para o movimento. Alguns deles vieram de origens religiosas; mais deles estavam comprometidos com ideologias seculares de integração racial e democracia econômica.

Em 1968, o Templo começou a estabelecer relações com igrejas negras em São Francisco, participando de eventos especiais igrejas, conquistando a confiança dos ministros negros locais e convidando suas congregações para visitar o Templo dos Povos em Redwood Valley

Em 1970, um grande edifício foi comprado em São Francisco, que permitiu ao Templo dos Povos realizar serviços no cidade. Em pouco tempo, o número de membros aumentou para três mil, com o número de visitantes aumentando para milhares. 
Sede de São Francisco

Nesses anos, os membros do Templo dos Povos também fizeram viagens de ônibus para outras grandes cidades da costa oeste (uma igreja filial foi comprada em Los Angeles) e em todo o país, onde realizaram cultos evangelísticos e recrutaram centenas mais para o movimento. 

Em 1974, a liderança do Templo dos Povos negociou um acordo com o governo da Guiana - uma república socialista cooperativa cujos cidadãos eram predominantemente pessoas negras - para construir um assentamento agrícola em terras localizadas no meio de uma selva da Guiana. Nos anos seguintes, os membros se mudaram - ou foram transferidos - para este assentamento e muitos se tornaram residentes permanentes.

                 

                                                                  Luvenia Jackson e David Jackson, pioneiros

- 18 de Novembro de 78

A mudança do Templo dos Povos para a Guiana foi em meio a polêmica. Um jornal publicou uma matéria fazendo diversas acusações que iam desde as curas milagrosas serem falsas a fraudes e agressões a membros. Com isso a partida para a Guiana foi apressada.

Na Guiana as polêmicas não acabaram, pelo contrário. Além da batalha judicial por John Stoen - um menino que Jim Jones alegava ser seu filho - ex membros acusavam o Templo de não permitir que as pessoas saíssem de Jonestown, sendo mantidas lá contra sua vontade.  

Um grupo Parentes Preocupados fez diversas campanhas e conseguiram chamar atenção do deputado Leo Ryan. Após negociações, ele foi até o local.

A primeira parte da viagem foi tudo bem. As pessoas pareciam felizes, contentes por estarem lá. Essa história ruiu quando Vernon Gosney entregou um bilhete dizendo que queria ir embora. Foi quando durante a visita eles perceberam pela primeira vez que havia algo errado ali.
                                                                                            
No dia seguinte, na hora de ir embora, mais e mais pessoas quiseram ir embora. Leo Ryan sofre uma tentativa de assassinato ainda em Jonestown, quando é esfaqueado. Sobrevive. Na pista de pouso, quando está prestes a embarcar, surge uma caminhonete repleta de homens armados que começam atirar. Leo Ryan morre na hora.

                      


Enquanto a comitiva e os ex membros são atacados, em Jonestown estão começando as mortes. Levam para o centro do pavilhão bacias cheias de kool aid ( um refresco em pó) com cianeto. 

Achar que mais de 900 pessoas se mataram é um erro. Quase 300 crianças foram assassinadas, via injeção ou sendo obrigadas a beber o refresco envenenado. Além disso é muito provável que todos aqueles que ofereceram resistência foram injetados contra sua vontade.

- Sobreviventes

87 membros do Templo sobreviveram. Dentre esses, 36  começaram o dia em Jonestown e apenas 4 estavam no local enquanto as mortes aconteciam.

• Hyacinth Thrash, dormiu toda a tarde e noite e acordou as 7:00 da manhã seguinte. 

• Stanley Clayton, Odell Rhodes e Grover Cleveland Davis, três homens que (independentemente um do outro) decidiram não participar das mortes;


• Tim Carter, Michael Carter e Mike Prokes, que foram enviados pela liderança de Jonestown para levar dinheiro para a Embaixada Soviética em Georgetown (Prokes cometeu suicídio quatro meses depois);

• 16 desertores - incluindo Larry Layton, que se apresentou como desertor - que acompanharam o partido no congresso de Leo Ryan em Jonestown e que foram atacados na pista de pouso; 

• 11 moradores de Jonestown que fugiram da comunidade na manhã de 18 de novembro e caminharam até Matthews Ridge;

• Herbert Newell e Clifford Gieg, que haviam sido enviados de Jonestown mais cedo naquela manhã para pegar um barco do templo - o Cudjoe - pelo rio Kaituma, para suprimentos.


Para terminar, vou deixar dois vídeos que foram gravados em Jonestown. O primeiro é na chegada de Leo Ryan e o segundo mostra os eventos na pista de pouso.







- Fonte:

- Peoples Temple and the  black religion in america - Rebecca Moore
- Jonestown sduv

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